ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 06-6-2000.

 


Aos seis dias do mês de junho do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o Dia do Acemista, nos termos do Requerimento nº 095/00 (Processo nº 1528/00), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a Mesa: o Vereador Carlos Alberto Garcia, 3º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, na presidência dos trabalhos; o Senhor Mário Roberto Amorim Baltar, Presidente da Associação Cristã de Moços - ACM; o Senhor Mário Jarros, Presidente de Honra da Associação Cristã de Moços - ACM; o Senhor Maurício Vandorsee, Secretário-Geral da Associação Cristã de Moços - ACM; o Vereador Elói Guimarães, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador João Bosco Vaz, em nome da Bancada do PDT, comentou o trabalho desenvolvido pela Associação Cristã de Moços - ACM no Brasil e no mundo, destacando a importância da orientação educacional e filosófica adotada por essa instituição, no sentido de incentivar a solidariedade entre seus associados e a comunidade na qual a instituição encontra-se inserida. O Vereador Elói Guimarães, em nome da Bancada do PTB, ressaltou aspectos atinentes ao caráter educacional presente nas atividades da Associação Cristã de Moços - ACM, tecendo considerações acerca do modelo pedagógico praticado pela instituição, o qual tem como base o desenvolvimento da espiritualidade e o estímulo à interatividade durante as atividades educativas. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPB, saudou o transcurso do Dia do Acemista, discorrendo acerca de fatos atinentes à fundação e ao desenvolvimento da Associação Cristã de Moços - ACM e exaltando a relevância da contribuição prestada por essa Associação em diversas áreas da sociedade, notadamente quanto à introdução, no Brasil, das comemorações alusivas ao Dia das Mães. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL e PSDB, reportou-se à legislação que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do Acemista, exaltando os caracteres de pioneirismo, determinação e coerência nas propostas sociais e pedagógicas colocadas em prática pela Associação Cristã de Moços - ACM nos mais diversos pontos do mundo. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Mesa Diretora e das Bancadas do PSB, PMDB, PT e PPS, prestou sua homenagem ao do Dia do Acemista, destacando a importância do incentivo dado pela Associação Cristã de Moços - ACM à prática de atividades esportivas, recreativas e educacionais, ressaltando que tais atividades são um estímulo à convivência pessoal e à união fraternal entre seus associados e a comunidade. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Mário Roberto Amorim Baltar, que agradeceu o registro hoje feito por este Legislativo, com referência ao Dia do Acemista. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, às dezoito horas e dezoito minutos, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador Elói Guimarães, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Elói Guimarães, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia do Acemista, nos termos do Requerimento nº 095/00, da Mesa Diretora.

Convidamos para compor a Mesa o Presidente da Associação Cristã de Moços, Ilmo. Sr. Mário Roberto Amorim Baltar; o Presidente de Honra da ACM, Sr. Mário Jarros e o Secretário-Geral da ACM, Sr. Maurício Vandorsee.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra e falará em nome do PDT.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estava pensando nesse trabalho fantástico e maravilhoso que a Associação Cristã de Moços - ACM desenvolve, não só em Porto Alegre, mas no mundo todo, e estava me perguntando se ser Acemista é apenas ser sócio da ACM.

Em um rápido exame de consciência, cheguei a conclusão que ser Acemista é muito mais s do que ser simplesmente sócio, freqüentar as dependências da Associação. Ser Acemista é ter amor no coração, ser Acemista é ser solidário com o próximo, ser Acemista é ser bom pai, não só o pai que dá o sustento, mas o pai que ouve o filho, a filha, que tem tempo para a sua família; ser Acemista é, também, ser um excelente chefe de família que viva em solidariedade com aqueles que lhe são caros.

Há pouco fiz uma viagem de estudos para os Estados Unidos e tive a oportunidade de conhecer a sede da ACM em Orlando. E, no meu retorno, numa visita a Maurício, eu dizia a ele que consegui constatar a uniformidade e a qualidade dos serviços que a ACM presta no mundo todo. Eu sempre brinco e digo que toda vez que eu coloco o pé dentro da Associação parece que eu me transformo, com aquela aura de tranqüilidade. Até a luminosidade do prédio da ACM, em Porto Alegre, contribui para isso. Então, freqüentar a ACM, viver os seus princípios mas praticá-los, acima de tudo, é um grande estado de espírito para todo aquele que consegue, realmente, colocar em prática aquilo que a ACM prega na sua teoria. E nós vivemos num mundo tão conturbado, um mundo de tantas desigualdades, um mundo de pessoas buscando, cada uma delas, o seu espaço, que, se a solidariedade que a ACM prega e que o Acemista coloca em prática, na verdadeira acepção da palavra, pudesse ser praticada por todos, isto é, cada um fazer a sua parte, cada um pregar um pouquinho desses princípios não tenho dúvida nenhuma de que este mundo seria muito melhor. Viveríamos, todos, sem estresse, Maurício, como eu digo no meu programa, aos sábados, sobre os cursos e as parcerias que a ACM apresenta a seus sócios e usuários. Porque a ACM cuida do lado espiritual das pessoas, do lado cultural das pessoas, do lado educacional das pessoas, mas cuida, também, da qualidade de vida das pessoas! O que já é uma grande prevenção, um grande trabalho pela saúde que a ACM também está fazendo.

Eu vejo o Jesus, que é um executivo de programação, um homem que tem convivido; o Maurício, os dois Mários, nesse dia-a-dia; programas de importância são desenvolvidos. Eu tenho convivido todos os sábados com essas pessoas, com o Áureo, com o Tiago, coordenador dos jovens, com o Ruy, que coordena o futebol de salão, com o Tucano, que é agregado à ACM e lá desenvolve a sua capoeira, com o Camacho, que desenvolve o tae kwon do; a Alfa, que aqui está, que tem esse trabalho fantástico igualmente, e tanto outros Com cada um doando a sua parte, é possível viver todos os dias em estado de graça e em estado Acemista.

Portanto, em meu nome e em nome da Bandada do PDT, deixo um grande abraço a todos, que nós possamos ser agentes desse trabalho fantástico e dessa tranqüilidade de espírito que a ACM transmite para toda uma comunidade. Sucesso, parabéns, que possamos ser Acemistas a cada minuto da nossa vida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra e falará em nome do PTB.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) É sempre grato, senão honroso, para a Casa poder saudar instituições educacionais, e, dentre as tantas, nós hoje estamos homenageando, a Cidade está homenageando uma das grandes instituições de cunho internacional, a ACM, que hoje aniversaria.

É mais de um século e meio, 156 anos! E a sede em Porto Alegre está a meses de completar um século. Vejam que coisa magnífica para uma instituição! Poder avançar através do tempo, mercê dos seus propósitos, mercê da sua filosofia, mercê de seus princípios que diretrizam as relações que a Instituição estabelece com o seu corpo discente e com o seu corpo docente!

Uma das grandes notas é exatamente o modelo desenvolvido pela Associação Cristã de Moços, que tem como base a cristandade, a espiritualidade, aliadas a conteúdos pedagógicos, onde se faz a inter-relação professor-aluno, e se convoca o aluno para interagir, participar dos conteúdos pedagógicos, sem abrir mão de discussões, nos campos mais diversos do saber, inclusive, até em política. Os temas que envolvem todos os questionamentos indispensáveis à formação do ser e aquilo que reputamos como fundamental, que é o ser integral, na sua expressão mais absoluta, no sentido da absoluta participação.

Então, é esta Instituição que estamos, hoje, aqui, homenageando, que tem em seu crédito toda uma história de realizações e modelo internacional. Aí estão os dados a nos mostrar que uma das grandes instituições no mundo, hoje, teve como paradigma a ACM, que é a Legião Internacional.

Enfim, tantas instituições buscaram o modelo ACM, o modelo da Instituição, o modelo filosófico, o modelo pedagógico, tantas e tantas instituições se espelharam nesta Instituição que a Casa do Povo hoje homenageia, que haverá de cruzar os tempos produzindo, criando, realizando, construindo a grande obra, que é a obra do ser humano. Não há solução fora da educação. As instituições educacionais, como a ACM, têm exatamente essa função, que é a construção do ser humano. Não só se preocupando em passar aquilo que denominamos de instrução, de preparo, de conhecimento, mas também, e fundamentalmente, passando a solidariedade, a participação, o amor, o respeito e a dignidade.

Sr. Presidente e convidados, este é um grande momento, que a Câmara realiza hoje, homenageando esta magnífica Instituição, que tem, historicamente, com a Casa, uma relação, se mais não nos vemos, pelo menos uma vez por ano aqui vêm, para receber as justas homenagens, os integrantes da direção desta Instituição que é a ACM, que possui milhares de estabelecimentos pelo mundo, milhões de pessoas que, de uma forma ou de outra, na face da terra, estão ligadas à sua filosofia, aos seus princípios norteadores na formação da construção do ser humano, daquele ser humano que queremos, porque fora da educação não há salvação.

Queremos, então, deixar a nossa saudação e dizer que, pelas informações que temos, embora não tivéssemos sido Acemista, mas alguma coisa sabemos dos seus conteúdos pedagógicos que nos agradam. Ontem, inclusive, fazia, aqui, um pequeno debate, quando estranhávamos - e eu não tenho por que não dizer - um determinada chamada, nos meios de comunicação, onde aparecia esse emblema internacional com alguém, ali colocado, a defender os denominados “ciclos” que se adotam em algumas escolas do município de Porto Alegre. Estranhamos e passamos aos meios de comunicações o nosso espanto com aquilo que assistimos, e pedimos, imediatamente, que se tire do ar este chamamento, porque - despreparo, coincidência, não importa - a ACM tem como conteúdo pedagógico, não o estudo ciclado, cujo debate temos produzido e temos colocado, sem aprofundar as nossas reservas.

Fica, então, aqui, a nossa saudação a esta grande e significativa data, a esta data internacional, a data do Acemista, e a homenagem, enfim, à Associação Cristã de Moços. Que continue, na sua caminhada, na formação daquilo que, para nós, é fundamental: o ser humano. A sua obra é, desde a criança ao adulto, nas suas multifacetadas proposições, construir o homem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Dib está com a palavra, pelo PPB.

 

O SR. JOÃO DIB: Ex.mo Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia; meu caro Mário Baltar, Presidente da Associação Cristã de Moços; meu caro Maurício Vandorsee, Secretário-Geral da ACM; meu querido amigo Mário Jarros, um dos responsáveis por eu estar nesta tribuna hoje, porque, quando eu tinha dezesseis anos, eu me apresentei a ele no Jornal do Comércio pedindo auxílio - naquele tempo era o Consultor do Comércio -, ele acreditou em mim, deu-me a mão, e hoje eu sou Vereador desta Cidade; Srs. Vereadores; meus Senhores e minhas Senhoras.

Eu tenho absoluta certeza de que, se George Williams, cento e cinqüenta e seis anos atrás, tivesse a imaginação, a intuição, a criatividade de um Júlio Verne, ele não conseguiria chegar perto do que hoje é a ACM. A Associação que ele fundou e que tinha como objetivo o aperfeiçoamento espiritual, moral, social da criatura humana. A nossa ACM de Porto Alegre segue os seus princípios e fará, no próximo ano, cem anos; um século de vida, quase a metade da idade de Porto Alegre.

A ACM, no mundo, criou outras coisas maravilhosas como a Cruz Vermelha Internacional, inspirada no exemplo que tinha, pela formação, pelo que sabia e pelo que mostrava. Trouxe o basquete, o vôlei, o futebol de salão e os acampamentos educacionais.

É claro que a história da ACM todos os senhores conhecem melhor do que eu. Se eu não tivesse outras razões para gostar da ACM, eu passaria a gostar dela num momento, em 1973, quando nesta Casa do Povo de Porto Alegre eu fazia, pela primeira vez, uma homenagem às mães, que é a peça central da família, e a família é a peça central da sociedade. A ACM de Porto Alegre introduziu no Brasil o Dia das Mães, em 1918. Isso bastaria para eu ter, permanentemente, a Associação no coração, independentemente de todas as outras coisas excepcionais que ela faz pela nossa Cidade, quando cuida da nossa juventude e quando cuida das nossas pessoas.

Neste dia de homenagem ao Acemista a minha Bancada do PPB quer somar-se a todos para dizer que nós nos orgulhamos em ver que a cada dia a ACM cresce na Porto Alegre que é de todos nós, e sobre a qual todos temos responsabilidade. Desejamos muito sucesso, e temos certeza de que com o trabalho que vem sendo executado isso será conseguido. Saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra pelas Bancadas do PFL e PSDB.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É evidente, que neste dia, em que reiteramos as homenagens ao Acemista, que eu tenha uma satisfação muito especial com relação a este fato. A reiteração que decorre hoje de uma imposição de lei, a Lei que instituiu no Município de Porto Alegre, no dia 06 de junho, o Dia do Acemista, e que tive o privilégio de ser o signatário, veio para ficar. Agora já se observa que independente de qualquer mobilização maior, a própria Mesa Diretora da Câmara, alertada da inclusão, por força de Lei, no Calendário Oficial do Município, o Dia do Acemista, diligencia, ano após ano, para que neste dia 06 de junho, possa-se renovar esse encontro tão fraterno que o Legislativo da Cidade tem com os Dirigentes da ACM e com àqueles voluntários que, de forma mais intensa, participam do cotidiano dessa Entidade, que já foi absolutamente relevado pela figura dos oradores que nos antecederam, que não pouparam, por justiça, o reconhecimento ao valor da nossa ACM.

Isso, as vezes, até me coloca um pouco em dúvida, se não confundimos o objetivo da homenagem, que é homenagem ao Dia do Acemista com a própria ACM. É que não existiria a ACM sem o Acemista, nem tampouco existiria o Acemista sem a ACM.

Lembro-me que, quando o Dr. Luiz Ferreira me sensibilizou para a idéia da Instituição para o Dia do Acemista, ele me informou de alguns fatos que procurei sintetizar na Exposição de Motivos que antecedeu o Projeto de Lei, que foi aprovado em tempo recorde aqui na Casa e pela totalidade de seus integrantes. Ele me lembrava, e o Ver. João Dib agora, de forma mais expressiva, as origens da Associação Cristã de Moços, lembrou da sua fundação em 6 de junho de 1844, em Londres, na Inglaterra, por um grupo de jovens, como muitos dos que aqui se encontram presentes no dia de hoje - aliás, hoje, aqui, só vemos jovens, uns com um pouco menos de cabelo, outros com os cabelos, por moda, um pouco embranquecidos, mas todos jovens de espírito.

Pois esses jovens ingleses resolveram empregar, de forma construtiva, o seu tempo que, na ocasião, se liberava em função dos avanços tecnológicos, amplamente festejados na metade do século XIX. A ACM, então, nascia na Inglaterra e se desenvolvia pela Europa com uma rapidez impressionante, até atingir a América e chegar ao Brasil.

Em 4 de julho de 1893, era fundada e começava essa sua senda de contribuições importantes na formação da juventude brasileira e na consolidação dos seus princípios; que já não mais se contentava no preenchimento do tempo ocioso que a Revolução Industrial havia liberado para os jovens ingleses, seus fundadores, mas que já se comprometia socialmente com a realidade do cotidiano da nação brasileira, até se instalar aqui, no Rio Grande do Sul, há noventa e nove anos, e se consolidar como essa entidade que é por nós todos, Vereadores, sociedade de Porto Alegre, reconhecida pela relevância do seu trabalho.

Não é sem motivos, a ACM de Porto Alegre, a segunda mais antiga do País, tem recebido esse reconhecimento da comunidade gaúcha ao longo desses seus 97 anos pelo seu pioneirismo, determinismo, e, sobretudo, pela coerência com que realiza os seus objetivos. Foi a introdutora, no Brasil, das comemorações do Dia das Mães, e o Ver. João Dib já assinalou esse fato, ele, que é permanente cúmplice na repetição anual desse acontecimento, aqui na Câmara Municipal, como o fez até há poucos dias, quando, por mais uma vez reuniu, neste Plenário completamente tomado, pessoas que vieram manter essa tradição iniciada pela ACM no Brasil e no Rio Grande do Sul. Solenidade, a qual o Ver. João Dib praticamente oficializou, se já não oficializou, com a reiteração com que realiza, todos os anos, o Dia das Mães. É uma solenidade que ele não abre mão de promover e que nós consideramos já uma marca patenteada pelo Ver. João Dib, acontecimento ao qual nos integramos, sempre solidários, por ser um acontecimento marcante, que se insere nos objetivos que a ACM persegue.

Não só com a introdução do Dia das Mães a ACM gaúcha criou raízes; o fez também ao estabelecer o primeiro curso de comércio noturno. Já lá no ano de 1904 começava introduzir situações novas na educação curricular no Estado do Rio Grande do Sul. Depois o Ver. João Bosco já confirmou os acontecimentos, já que é o porta-voz do esporte amador. E o que seria o esporte amador se não tivesse a ACM trazido para o Rio Grande do Sul o voleibol, o basquete, o futebol de salão e tantas outras práticas esportivas que nasceram nas quadras da Associação Cristã de Moços.

De tudo isso resulta uma situação muito singular. Introdutora da prática desses esportes, a ACM se aprofundou na parte da educação, da assistência social e do lazer, que são desenvolvidos em todas as suas oito unidades espalhadas pelo Rio Grande do Sul, inclusive com a ACM Internacional, em Livramento-Riveira, que é a internacionalização do espírito da ACM gaúcha. Em decorrência de tudo isso, suas atividades e metas, propostas pelo seu permanente planejamento, todas elas em pleno desenvolvimento, justificam-se por si só, por ser uma estratégia instrucional para desenvolver habilidades e exercitar os planejadores na ação antecipatória de projetar o futuro que se descortina. Promover a vida, buscando o entendimento entre as pessoas, visando à participação no processo de mudança da sociedade, opondo-se a preconceitos e injustiças, como o preconizado pela mensagem cristã.

Essa tem sido a missão da ACM e esse tem sido o evangelho dos Acemistas, que procuram, também, desenvolver um programa integral de alma, corpo e mente, conforme ilustra o seu triângulo eqüilátero, mundialmente conhecido e reconhecido. Sem fazer distinção de raça, cor ou religião, os Acemistas procuram atender às necessidades básicas da comunidade onde se inserem, principalmente as que se referem à infância e à juventude.

Por tudo isso, eu me sinto muito feliz, alegre e gratificado por poder, em mais um ano, estar junto com todos, aqui, festejando o Dia do Acemista. Que esse exemplo prospere, passe de geração para geração, e que os nossos filhos. que hoje já começam a usufruir da ACM esportiva, da ACM educadora e da ACM desenvolvedora das mentes, da alma e do corpo, não deixem morrer essa chama, e que o triângulo eqüilátero continue pontilhando, ali na Rua Washington Luiz, lá no Litoral, enfim, no coração de todos aqueles que sabem que a ACM é a ACM.

Há poucos dias, quando fui a Brasília, eu levei ao INDESP - Instituto Nacional de Desporto - uma proposta de atuação conjunta da ACM e da minha escola, a Estado Maior da Restinga, que são duas entidades que me dizem respeito ao coração. Qual não foi a minha alegria quando o Presidente do INDESP, o Dr. Viveiros, ao ouvir a expressão “ACM”, disse: “Está aprovada, sem necessidade de ler. Eu morei na ACM, em São Paulo, e sei que qualquer atividade da qual a ACM participa, ela o faz com seriedade, responsabilidade e é conseqüente.” Eu sou feliz por estar envolvido com homens sérios, responsáveis e conseqüentes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, falará em nome das Bancadas do PSB, PMDB, PT e do PPS.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Muito me honra, neste momento, falar em nome da Mesa Diretora, em nome do PSB, em nome do PT, em nome do PMDB, em nome do PPS. Em nome da Mesa, gostaria de dizer da alegria da cidade de Porto Alegre em homenageá-los. A ACM é uma Instituição que não precisa referencial.

Quando se fala em Associação Cristã de Moços, como o Ver. Reginaldo Pujol há poucos minutos falou, faz-se referência a tudo. A ACM é daquelas Instituições que está inserida dentro do contexto de cada um dos indivíduos da nossa Cidade. Mas a ACM tem muito mais, e eu vou-me permitir falar um pouco, não só como Vereador, mas como Professor de Educação Física e como Diretor da Faculdade de Educação Física do IPA.

Neste ano, tivemos a oportunidade de fazer uma parceria no Litoral, em Tramandaí, IPA e ACM, atendendo à população do Rio Grande do Sul com atividades desportivas e recreativas. Presenciei in loco a satisfação das pessoas que eram atendidas e, ao mesmo tempo, a satisfação institucional do IPA em poder, com essa parceria, atender a população, e, mais ainda, também formar os nossos acadêmicos para a sua vida profissional futura. E a ACM, como bem já foi dito, é uma instituição educacional e a educação como um todo. Uma filha minha teve a oportunidade de participar de inúmeros acantonamentos da ACM, e cada fim de semana ela voltava renovada, gratificada e muito mais humana, porque essa é uma característica da ACM: saber viver em coletividade, e isso é algo que, infelizmente, estamos perdendo no dia a dia.

O mundo atual está deixando de viver coletivamente. Mas a ACM tem uma característica toda especial, porque, através das suas atividades esportivas e recreativas, consegue reunir pessoas, e reunir pessoas fora do seu contexto. Muitas vezes, todos sabemos, estamos dentro do nosso lar, mas não estamos convivendo, porque em um quarto, um filho está assistindo a um programa na televisão, no outro quarto, está outra televisão ligada e, em outra peça, mais uma terceira televisão. Então, muitas vezes, a família está sob o mesmo teto, mas não convive, porém, lá na ACM, as pessoas conseguem conviver. Sou testemunha, no próprio basquete, que é realizado às segundas, quartas e sextas-feiras, ao meio-dia, aquilo já é uma família, porque, quando um não comparece, as pessoas telefonam perguntando o que houve. É a preocupação por alguém estar ausente.

A ACM tem, como tradição, a questão desportiva, a sua ginástica, e uma ginástica que hoje não se usa, mas ela foi a precursora, que é a ginástica calistênica, que formou centenas de milhares de profissionais de Educação Física, mas que, ainda hoje, como linha dorsal, segue os seus parâmetros da ginástica. O Ver. Reginaldo Pujol também falou do legado esportivo da ACM, três modalidades esportivas que, hoje, são espalhadas em todo o mundo: o voleibol, o basquetebol e o futebol de salão. Hoje, o voleibol é o segundo esporte praticado em nosso País. Muito nos gratifica poder fazer esta homenagem à ACM, mas, ao mesmo tempo, somos gratificados por receber esse seu legado.

Que cada um dos senhores, que cada uma das Senhoras aqui presentes leve consigo esse trabalho que têm efetuado e, ao mesmo tempo, recebem o agradecimento, o carinho de todo o povo porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Sr. Mário Baltar, Presidente da Associação Cristã de Moços, está com a palavra.

 

O SR. MÁRIO BALTAR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais Vereadores.) Sermos acolhidos nesta Casa com tanto carinho e com as manifestações que foram aqui proferidas, confesso que a nós, Acemistas, emociona demais. Nós somos muito gratos por este carinho e por estas manifestações. A satisfação em que nós nos encontramos hoje é muito grande.

Há 156 anos, um jovem de nome George Williams, de 22 anos, criava, na companhia de doze amigos, em Londres, Inglaterra, a Associação Cristão de Moços. Seu propósito era o de reunir pessoas que, vindas do interior, encontrassem apoio espiritual, fraternidade, amor e respeito. Era o ano de 1844, e a Europa começava a emergir do feudo para a Revolução Industrial. Hoje, às vésperas do século XXI e em plena Revolução Tecnológica, continuamos exercitando os mesmos princípios que nos têm caracterizado por todas essas décadas e que se traduzem pela nossa Declaração de Missão que é “Promover a vida, como agente de transformação da sociedade, trabalhando por justiça e paz, de acordo com mensagem cristã.”

Mas o que é ser um Acemista? Aliás, quase todos aqui já falaram. E muito bem. Traduziram exatamente o que é o sentimento de um Acemista e o que é ser um Acemista. Ser Acemista é acreditar, compartilhar e praticar os valores que a ACM de Porto Alegre possui. É fazer do dia-a-dia um exemplo para os demais. É ser solidário, fraterno, crítico e, principalmente, trabalhar pela justiça e pela paz, como diz a nossa Missão. E fazemos isso através do esporte, auxiliando no desenvolvimento integral das pessoas; da educação, através de nossas escolas; da assistência social, através de postos de saúde e creches comunitárias.

Neste dia 6 de junho de 2000, reverenciamos o aniversário de fundação da ACM no mundo. E quando somos homenageados por esta Casa, pelo Dia do Acemista, em Porto Alegre, queremos confirmar o nosso propósito comum: unirmo-nos como irmãos em Cristo, participando da mudança das estruturas, terminando com a opressão, o que nos permitirá vislumbrar uma vida mais saudável, sem o estigma das desigualdades sociais, políticas e religiosas, causadoras de conflitos entre classes, raças e nações. Queremos dizer que nos sentimos sensibilizados e muito honrados por este momento tão gratificante para nós, Acemistas.

Encerrando, queremos manifestar nossos agradecimentos a este Plenário e, em especial, a esta egrégia Casa, representante do povo de Porto Alegre, deixando para reflexão a frase de João 17:21, que guia todos os Acemistas e diz: “Para que todos sejam um!” Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos, mais uma vez, agradecer a presença de todos, dizer da alegria em recebê-los nesta tarde. Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Agradecendo a presença de todos, damos por encerrados os trabalhos da presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h18min.)

 

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